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Zygmunt Bauman: Biografia, Fatos Rápidos, História e Mais!

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Zygmunt Bauman: Biografia, Fatos Rápidos, História E Mais!
Fonte: Wikimedia Commons

O filósofo fez história com sua trajetória de perseguição nazista e a publicação de obras sobre a sociedade atual.

O nome Zygmunt Bauman pode ser desconhecido para leigos em filosofia e sociologia, porém, aqueles que pesquisam um pouco mais sobre o assunto, logo de cara passam a se aprofundar nas teorias, conceitos e pensamentos compartilhados na obra desse renomado escritor polonês.

Com obras influenciadas por estudos em psicologia, sociologia e filosofia, Zygmunt se tornou um dos maiores pensadores do século 21, pois abordava em suas escritas as interações humanas na pós-modernidade e seu pensamento de que as relações escorrem pelos dedos com um piscar de olhos.

Em suas obras, o filósofo descreve relacionamentos pouco duradouros, os medos e inseguranças que tornam o homem indivíduos autocentrados e sem segurança pessoal. Dessa forma, a segurança descrita por ele é buscada através de prazeres imediatos, em isolamentos e fuga de relações que não aceitam erros ou diferenças.

Bauman também se baseou em sua genialidade para analisar o conceito da modernidade, amor e medo líquido, criando então o fenômeno da liquidez.

Esse homem se tornou, ao longo dos anos, um homem bem sucedido em seus estudos e pensamentos, publicando dezenas de livros e estudos acadêmicos, sendo alvo também de obras literárias e fornecendo inúmeras entrevistas explicando suas descobertas.

Zygmunt morreu aos 91 anos, com cabelos grisalhos, mas nunca ranzinza. Seu maior interesse sempre foi agitar o pensamento de quem o acompanhava, denunciando o individualismo e a desigualdade.

Fatos sobre a vida de Zygmunt Bauman

NomeZygmunt Bauman
GêneroMasculino
Famoso comoSociólogo e filósofo
NacionalidadePolonês
Nascido19 de novembro de 1925
Falecimento9 de janeiro de 2017
CônjugeAleksandra Jasińska-Kania (2015 a 2017), Janina Bauman (1948 a 2009)

Quem foi?

Zygmunt Bauman nasceu em uma família de judeus não praticantes, em 19 de novembro de 1925, na cidade de Poznan, Polônia. Os pais de Zygmunt eram Maurycy Bauman e Zofia Kon. Ele também tinha uma irmã mais velha chamada Tauba. Sua família era de classe média e trabalhadora. Não eram pobres, mas os recursos financeiros eram limitados.

Na adolescência, devido à sua etnia judaica, Bauman precisou fugir da Polônia com a família após os nazistas invadiram o país, refugiando-se na União Soviética em 1939.

Bauman resolveu alistar-se ao Primeiro Exército Polonês e serviu ao agrupamento controlado pelos soviéticos, sua atuação era como instrutor político. Ele também atuou em batalhas de Kohlberg e de Berlim durante a Segunda Guerra Mundial.

Em 1940, Bauman se filiou ao Partido Operário Unificado, um partido comunista da Polônia, onde permaneceu até 1950. Foi durante esse período que ele conheceu sua esposa, Janina Bauman, em acampamentos de refugiados do partido.

Zygmunt foi condecorado com a Cruz de Valor em maio de 1945, mesmo ano que o filósofo se tornou oficial do Corpo de Segurança Interna, uma unidade militar do país que era comandado pelo governo stalinista e tinha como objetivo combater os ucranianos insurgentes e o Armia Krajowa (uma organização de resistência à ocupação da Polônia).

Durante os anos de serviço, o jovem também estudava sociologia na Academia de Política e Ciências Sociais de Varsóvia.

Bauman deixou seu posto como oficial do Corpo de Segurança Interna em 1953, quando foi excluído do grupo após seu pai emigrar para Israel.

Por mais que Bauman se declarasse antissionista, seu pai defendia os direitos dos judeus e da criação de um Estado Nacional Judaico. Com sua demissão, o relacionamento dele com seu pai ficou estremecido por algum tempo.

Estando desempregado, Zygmunt completou o mestrado e se tornou professor assistente na Universidade de Varsóvia em 1954, permanecendo lecionando no local até 1968. Por algum tempo, o filósofo defendeu o pensamento marxista, porém, se tornou um crítico do governo comunista da Polônia após receber influências de Georg Simmel e Antônio Gramsci.

Autodeclarado socialista, Bauman trabalhou com acadêmicos da Universidade de Varsóvia em estudos sobre uma concepção humanizada do marxismo, pois, segundo suas crenças, o mundo sempre precisou desse conceito de política.

Em 1968, com o passar do tempo e sofrendo grande pressão política, Bauman decidiu renunciar à sua filiação do Partido Operário Unificado. Eventos desse mesmo ano fizeram muitos poloneses com ascendência judia a deixar a Polônia. E Bauman, após sua demissão da Universidade de Varsóvia, precisou também deixar o local.

O filósofo precisou abrir mão da cidadania polonesa e foi para Israel, onde deu aulas na Universidade de Tel Aviv. Seus artigos começaram a ser publicados em inglês a partir de 1971, quando foi convidado a lecionar sociologia na Universidade de Leeds, na Inglaterra. Foi nesse momento que sua reputação cresceu e se tornou conhecido em seu meio.

O pensador trabalhou na Universidade de Leeds até se aposentar, em 1990. Ele publicou 50 obras ao longo de sua vida. Entre elas estão O mal-estar da Pós Modernidade, Amor Líquido, Modernidade Líquida, Medo Líquido e Estranhos à nossa porta.

Antes de sua morte, em 2011, Bauman foi entrevistado no semanário polonês chamado de Polityka. Na ocasião, Zygmunt falou que Israel não procura a paz, mas sim, queria se aproveitar do Holocausto, fazendo críticas também ao sionismo. Seu pronunciamento causou ainda mais polêmica quando ele comparou o Muro da Cisjordânia aos muros do Gueto de Varsóvia, onde judeus foram assassinados. Seu pronunciamento foi classificado pelo embaixador de Israel da época como generalizações infundadas.

Infância e juventude

Bauman sempre foi um homem discreto sobre sua vida pessoal. Em suas biografias, muito se fala sobre os horrores vividos por ele durante o período da Segunda Guerra Mundial e, por isso, muitos falam sobre a relação de suas experiências com seus pensamentos escritos em diversas obras.

Durante sua vida, o filósofo e sociólogo tentou fazer do mundo um lugar melhor através de seu trabalho. Sempre observou a sociedade e foi ativo em função de suas convicções, após ter presenciado eventos trágicos no mundo que transformaram a sociedade.

Com a infância e juventude marcada pelo antissemitismo da Polônia, do nazismo e exílio na Rússia, passando fome e combatendo exércitos nazistas, podemos pensar que um dos maiores intelectual dos últimos anos teve parte de seus pensamentos moldados a partir de dificuldades vivenciadas na época.

Por duas vezes o escritor foi refugiado, uma em 1939 e outra em 1968, precisando viver de forma nômade com a família, que, não sendo aceitos na Polônia, precisaram encontrar um lugar na Rússia para conseguir um lugar digno e onde seriam permitidos pelas Leis a fazer parte da sociedade.

Durante a infância e adolescência de Bauman, na década de XX, a Polônia estava sofrendo com movimentos antissemitas.

O conflito entre os poloneses e os judeus era intenso e já acontecia a muito tempo. O pai de Zygmunt, Maurycy, era comerciante e teve sua loja boicotada apenas por ser de ascendência judia. Nesse período, a loja faliu e Maurycy tentou se suicidar, sendo salvo por escoteiros.

Durante os anos de escola, entre os 7 e 13 anos, Bauman sofreu com o antissemitismo de seus colegas, sendo uma presa fácil e os colegas destilavam o ódio repassado em casa, pelos pais, sobre os judeus.

O filósofo, na época, era o único judeu em uma escola católica. Um exemplo das perseguições infundadas que sofria aconteceu quando sua mãe o buscou na escola e foi humilhada pelos colegas do garoto.

Antes da Segunda Guerra Mundial ter início, Bauman entrou para uma organização sionista de jovens judeus residentes na Polonia e excluídos no dia a dia. Ali ele encontrou amigos e podia socializar com eles sem medo da repressão.

A cidade em que a família Bauman residia foi bombardeada pela Alemanha no primeiro dia da guerra, quando Bauman tinha apenas 13 anos. Foi quando eles decidiram fugir em direção oposto ao exército alemão.

Após percorrer diversas cidades em busca de abrigo, a família chegou em Molodechno, na Rússia. Nesse local, Bauman conseguiu estudar em uma escola e entrou para a Komsomol, uma instituição de jovens que apoiavam o Partido Comunista. Nesse período, ele trabalhou na biblioteca e teve acesso a muitos livros.

Após a invasão alemão ao local em junho de 1941, os Bauman migraram novamente. Após um mês de viagem, desembarcaram em Gorki e fizeram morada em Shakunya, cidade que fica a 650 quilômetros de Moscou. Foi ali que Zygmunt completou sua formação escolar e trabalhou na ferrovia da cidade.

Quando Bauman tinha apenas 16 anos, ele queria estudar cosmologia e astrologia. Por isso, ingressou no curso de física, na Universidade de Gorki. Infelizmente, ele precisou continuar o curso por correspondência, após precisar fugir da cidade novamente e se instalar em Vakhtang.

Nesse período, ele trabalhou como bibliotecário e professor de matemática em uma escola da cidade. Nessa biblioteca, Zygmunt teve acesso a livros que eram censurados em outros locais e se dedicou a ler obras proibidas no território soviético.

Quando completou 18 anos, em 1943, o jovem foi convocado para a Guerra, em Moscou. Ele serviu no 7º Departamento de Controle de Tráfego por três meses e também na polícia.

Há indícios de que entre os 13 e 19 anos, Zygmunt viajou mais de sete mil quilômetros, entre cinco países diferentes, residindo em aproximadamente oito cidades entre 1939 e 1945. A falta de alimento acompanhou a família de Bauman durante o período de Guerra e pós-Guerra.

Relacionamento

Zygmunt casou com uma jovem judia e sobrevivente da invasão nazista chamada Janina Lewinson, em 1948. Janina foi escritora e viveu com ele até a sua morte, em 2009. O casal teve três filhas: Anna – matemática, Lydia – pintora e Irena – arquiteta. 

Em 2015 o filósofo iniciou seu segundo casamento, com a socióloga russa Aleksandra Jasińska-Kania. Ela permaneceu ao lado de Bauman até a sua morte, em 2017.

Pensamentos

Segundo Bauman, a era Moderna não acabou, apenas modificou-se. Ele entendeu que diferente de antes, onde a sociedade estava em um período de solidificação, o mundo atual enfrenta um estado de liquidez. Para o sociólogo, as relações dos tempos atuais na sociedade são menos duradouras e acontecem com menos frequência.

Foi a partir desse pensamento que ele criou o conceito de relações líquidas. Dentro desse conceito, ele explica o termo Amor Líquido, onde as relações amorosas deixam de significar a união e se tornam experiências. Outro termo relacionado às Relações Líquidas é o Medo Líquido, onde a insegurança tornou-se parte do ser humano no mundo pós-moderno.

 Alguns pensadores descrevem Bauman como pessimista devido às suas frequentes críticas ao capitalismo, pois ele sempre expôs o fato de que a devastação ambiental, a emissão de gases poluentes e o consumismo em excesso são desumanas e prejudiciais.

Confira alguns dos conceitos de Zygmunt Bauman e como ele explica seus pensamentos através de obras publicadas:

Modernidade Líquida:

Os relacionamentos sociais e românticos durante a idade média eram sólidos e duradouros, segundo Bauman. Era comum a rigidez das relações humanas, do pensamento e da ciência, onde a busca pela verdade e os cuidados com as tradições eram mantidos como um compromisso.

As relações sociais eram mantidas durante toda a vida de um indivíduo. Vemos isso em casamentos, onde um contrato era firmado e raramente era rompido antes da morte de uma das partes. As amizades também costumavam durar muito tempo.

Por mais difícil que o período fosse, Bauman enaltece a confiança das relações daquele período. No entanto, após a década de 60, com o fim da Segunda Guerra Mundial, os relacionamentos mudaram e o filósofo passou a falar sobre esse novo período no conceito de modernidade líquida.

Atualmente, o conceito de modernidade líquida descreve, justamente, como as pessoas tratam os relacionamentos sociais como contratos que podem ser rompidos a qualquer momento e por qualquer motivo. Essa era de relações sociais e econômicas frágeis e maleáveis são descritas nas obras de Zygmunt como maleáveis e frágeis, como os líquidos.

Dessa forma, Bauman descreve as relações como superficiais. Em seus últimos trabalhos publicados, ele menciona as redes sociais e seus impactos sobre a amizade, onde muitos amigos são feitos online, mas raramente esses relacionamentos se tornam sólidos.

As pessoas passaram a desejar um número cada vez maior de amizades e romances online, não permitindo que laços duradouros sejam criados. A moda da atualidade se basea em quanto mais conexões, melhor. Esse conceito se tornou status no mundo digital. Porém, assim como a conexão, Bauman explica que esses relacionamentos podem ser desligados a qualquer momento.

Para o sociólogo, há uma relação entre o capitalismo e os relacionamentos líquidos. Em sua visão, o estímulo ao consumo é um dos fatores principais desses relacionamentos. Em suas escritas, Bauman fala sobre como as relações humanas ficaram abaixo das econômicas, deixando um espaço a ser preenchido pela falta de confiança entre instituições e indivíduos.

Nesse novo mundo, as pessoas são analisadas e julgadas pelo que compram e possuem, ao invés de moralmente. Outro item citado e criticado pelo pensador é a compra de afeto e atenção realizada pelas pessoas.

Segundo suas obras, a modernidade líquida acompanha o pensamento, a forma de se vestir e o que está em alta. Todas as criações, como a tecnologia, a saúde, educação, relações e ciência são submetidos ao consumo capitalista.

Segundo Bauman, a modernidade líquida é descrita com apenas duas certezas: a de que tudo pode mudar a qualquer momento e a outra certeza é que, tudo é incerto, não existem mais elementos sociais definidos e rígidos.

Algumas das características citadas pelo filósofo que facilitam a identificação desse conceito são: imprevisibilidade, incertezas, fluidez, movimento, busca individual por sucesso, competição econômica e pessoal, definição de um indivíduo pelo que ele consome ou possui, movimentação de ideias e pessoas.

Sociedade líquida:

 Com a chegada da Modernidade Líquida, a Sociedade Líquida foi formada. Além de afetar as relações sociais, esse fenômeno também afeta a política e a economia. As pessoas começaram a viver de forma diferente e surgiu uma dinâmica maleável em todos esses campos. Em tempos de liquidez, o Estado perdeu espaço ao executar serviços que migraram para o privado.

Com isso somado a busca individual pelo sucesso, algumas tarefas e serviços foram passadas para indivíduos, fortalecendo essa ideia de empreender sozinho para conseguir sucesso profissional.

Com isso em foco, Zygmunt chegou à conclusão de que a rapidez influencia o consumo, o status, as compras e a facilidade de crédito. Todos esses itens aumentam a chance da população se endividar com maior facilidade, gerando instabilidade política, econômica e empregos, anulando a chance de realizar planos futuros.

Uma citação interessante do filósofo é sobre a geração atual está cada vez com um nível escolar maior, mas ainda assim, ter acesso a trabalhos cada vez mais precários e instáveis. Ou seja, o indivíduo tem lutado por sucesso profissional e pessoal em uma realidade econômica instável. O individualismo tem colaborado para maior pressão pessoal, instabilidade, mal-estar e fracasso que cresce cada vez mais na sociedade.

Relacionamentos líquidos (amor líquido):

Em seu conceito, Bauman fala que os relacionamentos amorosos, profissionais e até mesmo pessoais escorrem pelos dedos com imensa facilidade. São frágeis e capazes de acabar num piscar de olhos.

Através desse conceito, o estudioso explica que, a partir da década de 60, passou a se tornar muito fácil para o indivíduo desfazer o laço que havia com outra pessoa. Com uma tendência ao isolamento, as pessoas tem dificuldade em manter relações longas. Tudo isso, ele explica, pode estar ligado a conexão virtual, pois ficou fácil bloquear o outro e seguir a vida.

Essa tendência se tornou uma forte característica dos relacionamentos modernos e, segundo o estudioso, estimula ainda mais a falta de empatia e sensibilidade com o próximo, além de enfraquecer laços de solidariedade, tão necessários para o mundo.

O medo, a insegurança e a incerteza se tornaram uma grande parte do indivíduo, chegando junto à facilidade de encontrar pessoas. Bauman explica que os relacionamentos atuais podem ser feitos, desfeitos e refeitos a qualquer momento, através de conexões.

Outro ponto importante citado pelo filósofo é a relação amorosa que foi banalizada na sociedade moderna. O amor, antes tratado como sólido, passou a ser passageiro e fazer parte de uma fase. Podendo acabar, mudar e recomeçar a qualquer momento, com várias pessoas.

Medo líquido:

Em sua obra, o medo líquido retratado por Zygmunt Bauman nada mais é que a descrição do medo na modernidade líquida. Segundo o filósofo, existem três formas desse sentimento afetar o indivíduo nesse cenário, sendo eles:

1.       A insegurança sobre o futuro, o medo de não conseguir conquistar os objetivos, trabalhar ou ter sustento;

2.       O medo de não conseguir se relacionar socialmente, perder a posição social que ocupa e ser rebaixado para posições de maior vulnerabilidade;

3.       E por último, mas não menos importante, o medo em relação ao corpo físico. Essa insegurança tem relação a integridade física, receio de ser agredido por terceiros.

Em seu conceito do medo, existem o medo primário, fundamental para a existência e o medo secundário, que é imposto socialmente. Com relação ao medo primário, Bauman explica que diz respeito ao medo da morte ou ações que possam resultar nela; o medo secundário é aquele imposto pela sociedade, como o medo de perder um emprego, de não ser aceito e o medo de precisar pegar caminhos mais longos para chegar onde deseja.

Na obra publicada sobre o assunto, o escritor explica que na sociedade atual, o indivíduo troca a segurança pela proteção e completa que os dois termos, mesmo que parecidos, tem conotações diferentes, entenda: a proteção é feita de equipamentos produzidos pelo homem, enquanto a segurança é um movimento de dentro para fora.

Um inseguro é constituído de incertezas, medo de tudo e relações superficiais (líquidas). Ele é capaz de invadir a privacidade da companheira para ter certeza que não é traído. Há ainda aqueles que compram armas, senhas e câmeras para proteger propriedades e impedir que outra pessoa tenha acesso a seus pertences.

Zygmunt ainda explica que, a sociedade tenta tornar fácil a lida com a morte. Primeiro tenta detalhar as causas para tentar evitar a partida e por fim, acaba banalizando também o fim da vida. Em suas obras, a morte é explicada por ele como o fim da vida fisiológica, em primeiro grau.

Em segundo grau, está listado a experiência da morte do outro, de um indivíduo com quem se relaciona e se importa. Já em terceiro grau, Bauman explica que é o fim de um relacionamento e exclusão de uma pessoa do cotidiano pessoal.

Esse conceito de liquidez atual gera experiências secundárias e contribui para a construção da vida do indivíduo, através de insegurança estrutural. Assim, contribui para a criação de técnicas e aparelhos tecnológicos para que a sociedade utilize para a proteção pessoal e diminuição de medos impostos pelos próprios seres humanos.

Principais obras de Zygmunt Bauman

Ao longo de sua vida Zygmunt lançou mais de 50 obras que foram sucesso no mundo sociológico e filosófico. Seus livros são até hoje objeto de estudos no mundo acadêmico de inúmeros países. Confira algumas das principais obras do filósofo, sociólogo, professor e escritor:

Globalização - As Consequências Humanas: Este livro teve sua primeira publicação em 1998, nele, Bauman fala sobre os benefícios da globalização para empresas e grandes investidores.

Como investidores, ele cita aqueles que exercem as funções empregatícias de qualquer lugar, fazendo parte de uma elite que não perde o emprego mesmo sem sair de casa para efetivamente trabalhar.

Outra importante citação deste livro fala sobre as elites que produzem tecnologias e informações em tempo real, são elas que têm poder de decisão e esses investidores da elite decidem qual será o próximo item que trará maior lucro. Zygmunt também critica durante a obra a exclusão praticada durante a globalização.

Modernidade líquida: Essa foi sua obra principal é aquela que deu um pontapé inicial para a publicação mundial dos livros de Zygmunt. É nesse livro que o escritor fala sobre o conceito principal defendido por ele.

Ao longo da obra, ele aborda assuntos como trabalho, emancipação, espaço e comunidade. Ele faz citações sobre a sociedade moderna pós Guerra e a diferença das relações humanas e políticas dos anos vividos antes de 1960.

Essa leitura é o começo para aqueles que querem entender o conceito das relações líquidas explicadas pelo autor, onde ele cita as relações pessoais da atualidade como frágeis e superficiais, em um período marcado por transformações econômicas e de produção em um mundo globalizado e capitalista.

Medo líquido: Como uma forma de continuação para a explicação da modernidade líquida e o que ela engloba, Bauman fala no livro Medo Líquido sobre a ansiedade e medo constante vivenciado pelo ser humano atualmente.

Nesse conceito está o medo de perder emprego, da violência, da traição, da exclusão. Como resultado, ele cita a atualização e acumulação de conhecimento, além do excesso de proteção para evitar a violência.

Essas situações fizeram do medo uma marca na vida do indivíduo e se tornou grande parte do dia de uma pessoa. Todo mundo está muito preocupado com tudo e com o bombardeio de informações, a sociedade passa por um período onde os transtornos mentais como o ataque de pânico e a depressão estão mais presentes do que nunca.

Nessa obra, Zygmunt levanta os medos atuais e mapeia as origens da ansiedade na vida contemporânea. Grande parte dele se deve, segundo o autor, à falta de certeza que existia na modernidade sólida, antes da Segunda Guerra Mundial.

Vida para consumo: Ao longo do livro Vida para consumo, o filósofo fala sobre o consumidor e como a satisfação se tornou algo utópico no mundo atual. A inquietude dos indivíduos tornou impossível parar de consumir.

Ao longo dessa obra, ele ainda comenta sobre as pessoas se tornarem as próprias mercadorias e a responsabilidade da sociedade contemporânea sobre essa questão.

Outra citação dele é sobre a mídia, a moda e as redes sociais serem responsáveis por esses comportamentos, agilizando o consumo e propiciando facilidade em adquirir novos itens. Porém, a maior crítica está no fato das pessoas aceitarem essas transformações, tornando o objetivo de um indivíduo, ser uma mercadoria desejada.

Amor Líquido - Sobre a Fragilidade dos Laços Humanos: Bauman busca com esse livro investigar as relações humanas e o motivo delas se tornarem mais flexíveis e vazias com o passar do tempo, além de causar inseguranças para o indivíduo. Ele analisa os sinais e a rapidez com que tudo acaba em um piscar de olhos.

Ao longo da obra, o autor fala sobre a prioridade que o ser humano está dando para os relacionamentos formados através de redes sociais, que podem ser desfeitas com facilidade e sem envolver um contato real. Esse comportamento tem gerado pessoas que não conseguem manter laços pessoais de longo prazo.

O livro ainda traz um alerta sobre como esses relacionamentos amorosos, familiares e de amizades podem afetar a capacidade de demonstrar empatia e solidariedade com o próximo desconhecido, ou seja, o senso de humanidade é prejudicado.

Para tecer as explicações, o autor analisa a crise migratória e a crise política de países europeus, tecendo críticas sobre a sociedade demonstrar medo sobre os estrangeiros e refugiados que chegam a seus países.

Bauman procura, nesta obra, esclarecer sobre como um indivíduo pode ser afetado quando não estabelece vínculos duradouros e entender como essas pessoas do tempo moderno se conectam com o próximo.

Estranhos à nossa porta: No último livro lançado antes de sua morte, Bauman aborda os refugiados que chegam na Europa buscando refúgio. Ele critica os muros erguidos para evitar a chegada dessas pessoas, analisa as origens, o impacto e o medo que os demais sentem em torno de uma possível ameaça a suas comunidades.

Zygmunt busca entender e explicar em sua obra o medo provocado pelas migrações e a forma desumana que essas pessoas são tratadas em suas chegadas. Ao longo da obra, ele aborda também as questões políticas e como os líderes de Estado exploram os medos generalizados da população, principalmente os excluídos e pobres.

Em seus entendimentos, o autor explica que o mundo passa por uma crise humanitária e a única forma de acabar com esse período é a união entre os povos, o reconhecimento da dependência da união entre a espécie humana e o encontro de formas para conviver com solidariedade, cooperando e aceitando as opiniões, culturas e preferências distintas.

Em suas afirmações, ele destaca que o ser humano precisa construir pontes ao invés de muros e acolher aqueles que chegam procurando abrigo.

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