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Tarsila do Amaral: Biografia, Fatos, História e Mais!

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Tarsila do Amaral foi uma desenhista, pintora e tradutora nascida no ano de 1886. A tela “Abaporu”, pintada no ano de 1928, sem dúvida, é o seu trabalho mais famoso. E a partir dela, em parceria com os escritores Raul Bopp e Oswald de Andrade, Tarsila lançou e participou do chamado “Movimento Antropofágico”.

Em suma, esse foi um movimento bastante radical da era modernista no Brasil com o objetivo de valorizar a riqueza natural do país.

Descendendo de ricos fazendeiros, Tarsila nasceu e cresceu na Fazenda São Bernardo. O local era propriedade de Lydia Dias de Aguiar do Amaral e José Estanislau do Amaral Filho, dois dos fazendeiros mais importantes de São Paulo na época.

Fatos rápidos sobre Tarsila do Amaral

NomeTarsila de Aguiar do Amaral
Gênerofeminino
Famosa comodesenhista, pintora e tradutora
Nacionalidadebrasileira
Signo do zodíacovirgem
Nascimento1 de setembro de 1886
Falecimento17 de janeiro de 1973
CônjugesAndré Teixeira Pinto (1906 a 1913), Oswald de Andrade (1926 a 1929)
FilhaDulce Pinto

Quem é Tarsila do Amaral?

Tarsila de Aguiar do Amaral nasceu na cidade de Capivari, no ano de 1886, em 1 de setembro. Sendo conhecida apenas como Tarsila do Amaral, ela conquistou fama graças ao seu trabalho modernista. Segundo especialistas, ela foi a pintora brasileira que melhor retratou o Brasil nas obras modernas.

Tarsila do Amaral participou do “Grupo dos Cinco”, um grupo de artistas brasileiros dedicados a promover a arte moderna do país. Além de Tarsila, o grupo era composto por Anita Malfatti, Mário de Andrade, Menotti Del Picchia e Oswald de Andrade.

Como a artista que era, Tarsila do Amaral foi essencial para o desenvolvimento do Movimento Antropofagia. Por meio do quadro “Abaporu”, Tarsila influenciou outros artistas a valorizarem mais a cultura e a estética brasileira nas artes.

Tarsila do Amaral: infância e juventude

Tarsila do Amaral descende da família de fazendeiros e cresceu morando em fazenda. Ela tinha outros irmãos, sendo a segunda criança da família. Tarsila cresceu na zona rural, aproveitando a infância nas fazendas da família, fazendo passeios e visitando parentes no interior.

O pai de Tarsila educou os filhos de acordo com as tradições do Segundo Reinado. Nesse sentido, tanto o ambiente familiar de Tarsila do Amaral quanto sua educação eram muito baseados nos costumes franceses. Tanto que Tarsila aprendeu a ler, escrever, falar e a bordar em francês.

Além disso, sua mãe tocava composições de Dandrieu e Couperin e seu pai recitava versos franceses retirados da biblioteca.

Ademais, Tarsila e os seus irmãos experimentaram o impacto da cultura francesa em outros momentos. Por exemplo, durante as refeições, nos cosméticos usados pela família e decoração da casa.

Tarsila do Amaral: relacionamentos e filha

No ano de 1906, Tarsila do Amaral casou- se com André Teixeira Pinto, o seu primo materno. Entretanto, André e o conservadorismo daquele período impediam que Tarsila expressasse a sua arte. Dessa forma, o casamento não deu certo e se separaram tempos depois.

O casal teve uma filha chamada Dulce Pinto e mãe e filha voltaram para a casa dos Amaral na fazenda.

Em 1926, Tarsila do Amaral se casou com Oswald de Andrade, mas a união acabou em 1930. Tudo porque Oswald queria se casar com outra mulher conhecida como Patrícia Galvão, a Pagú. Como resultado, Tarsila sofreu bastante com esse término e passou a focar no seu trabalho artístico.

Durante o começo dos anos 30, Tarsila do Amaral estava casada com o psiquiatra Osório César. Ela vendeu algumas obras a fim de conseguir dinheiro para viajar com o marido em direção à União Soviética. Com esse casamento, Tarsila conheceu outras formas de pensamento social e político.

No fim dos anos 30, Tarsila do Amaral passou a se relacionar com o escritor Luiz Martins. Essa união durou bastante tempo, visto que, ao que tudo indica, Luiz foi o seu último companheiro.

Quanto à filha Dulce Pinto, ela faleceu vítima de diabetes. Como resultado, Tarsila se apegou ao espiritismo a fim de lidar melhor com a dor dessa perda. Além de Dulce, Tarsila também havia perdido a sua única neta, vítima de um afogamento.

Jornada acadêmica

Tarsila do Amaral frequentou uma escola de freiras, além do Colégio Sion antes de completar sua formação na Espanha. Nesse período longe do Brasil ela pintou a sua primeira tela com 16 anos, chamada “Sagrado Coração de Jesus”. Após voltar ao Brasil em 1906, Tarsila e André Teixeira se casaram e logo tiveram a sua filha.

Aos 30 anos, Tarsila do Amaral estudou no ateliê do escultor sueco William Zadig. Como resultado, ela aprendeu no curso a usar barro para fazer esculturas e modelagens.

Após o divórcio com André, Tarsila viajou para Paris a fim de melhorar suas técnicas como escultora e pintora. Ela não só estudou na Academia Julian, mas também com Émile Renard. E anos após a sua chegada em Paris, Tarsila tem um dos seus trabalhos admitidos no Salão Oficial dos Artistas Franceses antes de retornar ao Brasil.

Modernismo

Tarsila do Amaral retornou à Europa e manteve contato com artistas, poetas, pintores e músicos modernistas. Ela conheceu e estudou com Fernand Léger e Albert Gleizes, que eram grandes mestres cubistas da época. Além disso, Tarsila e o poeta franco-suíço Blaise Cendrars desenvolveram uma forte amizade.

Nessa época, Oswald de Andrade lançou o “Pau-Brasil”, um volume de poesias ilustrado por Tarsila. E no ano seguinte, após casar com Oswald, ela promoveu a sua primeira exposição na Galeria Percier.

De volta ao Brasil em 1929, Tarsila expôs no Palace Hotel, localizado em São Paulo. Porém, ela foi abandonada por seu marido e bastante deprimida pintou “Composição (Figura só)”, seu único trabalho no período de 1 ano.

Tarsila do Amaral: evolução de fases

Tarsila do Amaral foi um dos principais rostos da primeira etapa do Modernismo brasileiro, onde suas obras viraram referências para o grupo. Na primeira fase, intitulada “Pau-brasil”, que começou em 1924, Tarsila fugiu das convenções e retratou cores e formas que lembravam o Brasil.

Ela homenageou a fauna e flora do país, de modo que seus temas eram muito tropicais. Além disso, Tarsila retratou outros símbolos da modernidade urbana, como as máquinas e as ferrovias.

Durante a segunda fase, chamada de “Antropofágica”, Tarsila do Amaral fez um movimento mais radical. Com a obra “Abaporu”, a artista queria “devorar” a arte estrangeira, uma referência às histórias de pessoas que consumiam a carne dos inimigos para absorver suas qualidades.

O propósito desse movimento era justamente exaltar elementos brasileiros, bem como a sua cultura e identidade.

Por fim, a terceira fase de Tarsila do Amaral, chamada de “Social”, retrata os temas sociais da década de 30. Essa fase refletiu bastante a respeito da condição dos trabalhadores e temas urbanos, sendo um grande marco a pintura “Operários”.

Orgulho de ser brasileira

De acordo com Tarsila do Amaral, foi durante uma passagem em Minas Gerais que ela descobriu suas cores favoritas. Entretanto, seus mestres e orientadores afirmaram que essas cores eram feias e simplistas demais para serem usadas em suas telas. Como resposta, Tarsila passou a criar telas usando tons vivos e exagerados de verde, amarelo, azul e rosa.

Desse modo, a combinação das cores se tornou uma característica marcante do trabalho de Tarsila. Além disso, a artista valorizava os temas brasileiros, incluindo a natureza, cidade e folclore do país. Logo, Tarsila afirmava que era pintora do Brasil, usando tudo o que aprendeu para representar seu lar.

Movimento antropofágico

No ano de 1928, Tarsila do Amaral quis presentear o então marido Oswald de Andrade. Nesse sentido, ela pintou o seu trabalho mais renomado, “Abaporu”. Assim que viu a pintura, Oswald elogiou o presente, afirmando o quanto a pintura da esposa era fantástica.

A obra foi batizada de “Abaporu”, que significa “o homem que devora carne humana”. Quando Oswald finalizou o Manifesto Antropófago, ele, Tarsila e outros amigos fundaram o movimento. Essa ação teve o objetivo de transformar a cultura estrangeira em algo brasileiro a fim de valorizar o país.

Segundo Tarsila do Amaral, Abaporu surgiu do seu inconsciente e com as histórias que os empregados lhe contavam durante a infância. Após expor esse trabalho, Tarsila recebeu críticas mistas, pois muitas pessoas não entenderam o objetivo do seu trabalho por completo.

Características artísticas

Tarsila do Amaral costumava utilizar cores vivas e vibrantes para pintar suas telas. Esse foi um movimento contrário à norma da época, visto que muitas pessoas não gostavam do uso de cores chamativas.

Além disso, Tarsila recebeu influências da arte cubista, usando formas geométricas nos quadros. E ela também recebeu influências do surrealismo, desenvolvendo uma estética menos padronizada. Por fim, Tarsila abordou o cotidiano, temas sociais e paisagens brasileiras.

Mensagens de algumas telas importantes de Tarsila do Amaral

Veja a seguir o significado e propósito de algumas obras famosas de Tarsila do Amaral:

Começando com as principais...

Segundo Tarsila em conversa com a filha, “A Cuca” era um bicho estranho e inventado que vivia no mato. De acordo com especialistas, esse quadro indicava o surgimento da Antropofagia no trabalho da artista.

- A Lua

Sendo o quadro preferido de Oswald, o ex-marido de Tarsila guardou a obra, mesmo após se divorciar da artista.

- A Negra

A tela foi desenvolvida utilizando a técnica do cubismo e representa uma ama-seca. O pai de Tarsila tinha muitas pessoas escravizadas em suas fazendas, então era comum Tarsila encontrar as amas-secas.

- Abaporu

O quadro foi um presente para Oswald de Andrade. Apesar de assustado, ele adorou a tela e foi inspirado a escrever o Movimento Antropofágico para revitalizar e popularizar a cultura e os elementos do Brasil.

- Antropofagia

Antropofagia reúne as pinturas Abaporu e A Negra com o objetivo de unir e transformar o significado original dessas duas obras. O colecionador de arte Eduardo Constantini tentou adquirir a obra algumas vezes, porém as ofertas dele foram recusadas pelos donos atuais do retrato.

- Carnaval em Madureira

Após passar o Carnaval de 1924 no Rio de Janeiro, Tarsila retratou sua experiência na festa.

- Cartão Postal

O Rio de Janeiro é retratado na pintura como um cartão-postal vivo. Tarsila do Amaral adicionou o macaco como um símbolo antropofágico da tela.

- Chapéu Azul

Inspirada pelas aulas no ateliê de Émile Renard, Tarsila pintou “Chapéu Azul”. Assim como outras telas da época, essa representa uma visão suave e lírica da artista a respeito do mundo.

- Estação de Ferro Central do Brasil

Tarsila do Amaral pintou esse quadro após viajar com o grupo modernista para Minas Gerais. Foi durante esse período que Tarsila passou a retratar temas brasileiros e usar cores vivas.

- Manacá

Tarsila do Amaral retratou a flor com cores carregadas, imprimindo a sua assinatura artística.

- Manteau Rouge (Autorretrato)

A obra nasceu após Tarsila do Amaral frequentar um jantar em homenagem a Santos Dummont. “Manteau Rouge” significa manto/capa vermelha, peça que a artista utilizou bastante enquanto frequentava as rodas parisienses.

- O Lago

Esse quadro surgiu durante a fase Antropofágica do trabalho de Tarsila do Amaral.

- O Pescador

O Pescador” é uma retratação colorida do cotidiano de algumas regiões brasileiras.

- Religião Brasileira

A ideia para esse quadro surgiu após Tarsila retornar de viagem da Europa. Ela parou para comprar doces em uma residência de pescadores e encontrou estátuas de santos decoradas com papéis e vasos.

- Urutu ou O ovo

A cobra representa um animal que causa medo, além de conseguir engolir as coisas. Quanto ao ovo, ele representa o nascimento da novidade, a proposta trazida pela Antropofagia artística. A tela está guardada na coleção de Gilberto Chateaubriand e sempre é requisitada para exposições.

A morte de Tarsila do Amaral

Tarsila do Amaral faleceu após sofrer com complicações depois de realizar procedimentos cirúrgicos. Ela faleceu no leito do Hospital da Beneficência Portuguesa aos 83 anos e a enterraram no Cemitério da Consolação.

A artista viveu os seus últimos anos de vida levando uma rotina mais reservada. Tudo porque um procedimento mal sucedido no ano de 1965 a obrigou a viver em uma cadeira de rodas. Contudo, a artista nunca abandonou as telas e pincéis e continuou a sua produção artística. Tanto que Tarsila pintou “A Fazenda”, sua última obra que seria exposta na Semana de Arte Moderna.

Apesar da sua condição de saúde e limitações físicas, Tarsila do Amaral sempre tratava seus conhecidos com carinho e um sorriso no rosto. Embora ela tenha aparecido pouco em público, sempre recebia demonstrações afetivas de seus admiradores e colegas de trabalho.

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